Pode parecer um material extremamente delicado e frágil, mas implantes feitos a partir de fios do bicho-da-seda estão sendo usados por cirurgiões para reparar articulações de joelhos danificadas.
O fio, na verdade, é 25 vezes mais forte que o aço de alta resistência e oferece aos cirurgiões outra ferramenta na batalha contra o desgaste causado pela osteoartrite, uma condição que leva à erosão da cartilagem que reveste as articulações. Este tecido liso é essencial para o movimento suave e qualquer dano pode desencadear dores, inflamação, e perda de mobilidade. Ao oferecer o tratamento como uma "intervenção precoce", cirurgiões esperam reparar articulações antes de danos irreversíveis ocorrerem.
Na Inglaterra, por exemplo, mais de 90 mil britânicos, por ano, realizam cirurgia nos joelhos devido a artrite, principalmente por recorrência da falta de atividades físicas regulares e aumento da obesidade. Até agora, a única opção disponível era a implantação de tecido retirado de outro local no corpo do paciente ou de um dador, em áreas do joelho, para reparar os danos. Mas uma empresa, endossada pela Universidade de Oxford, tem utilizado "cartilagem" feita a partir de proteínas da seda, chamadas fibroínas, para realizar o procedimento de substituição de tecido.
A linha é colhida de casulos de 30 milímetros de comprimento, de bichos-da-seda, cultivados em fazendas. É processada no laboratório da Oxfordshire, onde a fibroína é extraída das fibras de seda - idênticas às encontrados na indústria têxtil - e ligada com partículas de água. Quando concluídos, os implantes são compostos por 15% fibroína e 85% água. O material resultante é forte, semelhante a borracha que pode ser moldada como cartilagem, e cortado para se ajustar a joelhos individuais.
Ashley Blom, cirurgião ortopédico, ainda possui receio de realizar cirurgias completas de joelhos desgastados em pessoas com menos de 60 anos, pois o desgaste cirúrgico também pode ser grande. Ele está prestes a fazer um implante com a seda nas próximas semanas, mas ainda tem um dilema. "Nós temos muitas pessoas jovens com problemas no joelho devido a cartilagens desgastadas ou rasgadas que sofrem e não podem levar uma vida plenamente ativa”, disse.
“Tentamos fazer o nosso melhor para eles, tirando a cartilagem que não pode ser salva e preservando o resto, mas eles, muitas vezes, têm que lidar com a diminuição da mobilidade e aparecimento precoce de osteoartrite", disse Nick Skaer, executivo-chefe da Orthox Implantes, a empresa por trás da nova tecnologia.
O objetivo principal da empresa é ajudar as vítimas mais jovens de danos no joelho. "Queremos ajudar as pessoas que sofreram uma lesão esportiva em seus 20 anos e desenvolveram artrite precoce. O implante pode ajudar a prevenir a articulação do joelho da deterioração, reparando a cartilagem em primeiro lugar. Dessa forma, podemos esperançosamente evitar completamente a necessidade de cirurgia de substituição completa do joelho”, relatou.
O primeiro teste envolverá a cartilagem do menisco, conhecido como o "amortecedor" do joelho. Ela fica no topo da tíbia e pode ser rasgada durante a atividade desportiva, às vezes, exigindo sua remoção cirúrgica, causando instabilidade e complicações, incluindo lesão da cartilagem articular e tecido liso, que cobre a extremidade inferior do osso da coxa, podendo acelerar a osteoartrite. Um segundo implante já foi projetado para substituir essa cartilagem articular, e experimentos irão definir os pontos meniscais afetados.
O procedimento é realizado através de um buraco e os pacientes estariam aptos para realizar suas atividades normais dentro de semanas. Blom está esperançoso de que os implantes de cartilagem do bicho-da-seda irão reduzir o número de operações de implante de joelho. "A recuperação da operação de substituição pode levar entre seis meses e um ano, e os pacientes frequentemente enfrentam complicações. Se for bem sucedido, os implantes poderiam reduzir os gastos do Sistema Nacional de Saúde por reparar a cartilagem antes da osteoartrite progredir e haver a necessidade de uma substituição do joelho”, relatou.
O número de operações de substituição do joelho devem aumentar em cinco vezes nos próximos 15 anos. Após o teste - que termina no próximo ano - o implante pode ser oferecido rotineiramente em cerca de dois anos. "Todos os nossos resultados de laboratório têm sido bons e estamos extremamente otimistas e termos encontrado uma solução que funciona", finaliza Skaer.
Fonte: DailyMail Foto: Reprodução / DailyMail
Na Inglaterra, por exemplo, mais de 90 mil britânicos, por ano, realizam cirurgia nos joelhos devido a artrite, principalmente por recorrência da falta de atividades físicas regulares e aumento da obesidade. Até agora, a única opção disponível era a implantação de tecido retirado de outro local no corpo do paciente ou de um dador, em áreas do joelho, para reparar os danos. Mas uma empresa, endossada pela Universidade de Oxford, tem utilizado "cartilagem" feita a partir de proteínas da seda, chamadas fibroínas, para realizar o procedimento de substituição de tecido.
A linha é colhida de casulos de 30 milímetros de comprimento, de bichos-da-seda, cultivados em fazendas. É processada no laboratório da Oxfordshire, onde a fibroína é extraída das fibras de seda - idênticas às encontrados na indústria têxtil - e ligada com partículas de água. Quando concluídos, os implantes são compostos por 15% fibroína e 85% água. O material resultante é forte, semelhante a borracha que pode ser moldada como cartilagem, e cortado para se ajustar a joelhos individuais.
Ashley Blom, cirurgião ortopédico, ainda possui receio de realizar cirurgias completas de joelhos desgastados em pessoas com menos de 60 anos, pois o desgaste cirúrgico também pode ser grande. Ele está prestes a fazer um implante com a seda nas próximas semanas, mas ainda tem um dilema. "Nós temos muitas pessoas jovens com problemas no joelho devido a cartilagens desgastadas ou rasgadas que sofrem e não podem levar uma vida plenamente ativa”, disse.
“Tentamos fazer o nosso melhor para eles, tirando a cartilagem que não pode ser salva e preservando o resto, mas eles, muitas vezes, têm que lidar com a diminuição da mobilidade e aparecimento precoce de osteoartrite", disse Nick Skaer, executivo-chefe da Orthox Implantes, a empresa por trás da nova tecnologia.
O objetivo principal da empresa é ajudar as vítimas mais jovens de danos no joelho. "Queremos ajudar as pessoas que sofreram uma lesão esportiva em seus 20 anos e desenvolveram artrite precoce. O implante pode ajudar a prevenir a articulação do joelho da deterioração, reparando a cartilagem em primeiro lugar. Dessa forma, podemos esperançosamente evitar completamente a necessidade de cirurgia de substituição completa do joelho”, relatou.
O primeiro teste envolverá a cartilagem do menisco, conhecido como o "amortecedor" do joelho. Ela fica no topo da tíbia e pode ser rasgada durante a atividade desportiva, às vezes, exigindo sua remoção cirúrgica, causando instabilidade e complicações, incluindo lesão da cartilagem articular e tecido liso, que cobre a extremidade inferior do osso da coxa, podendo acelerar a osteoartrite. Um segundo implante já foi projetado para substituir essa cartilagem articular, e experimentos irão definir os pontos meniscais afetados.
O procedimento é realizado através de um buraco e os pacientes estariam aptos para realizar suas atividades normais dentro de semanas. Blom está esperançoso de que os implantes de cartilagem do bicho-da-seda irão reduzir o número de operações de implante de joelho. "A recuperação da operação de substituição pode levar entre seis meses e um ano, e os pacientes frequentemente enfrentam complicações. Se for bem sucedido, os implantes poderiam reduzir os gastos do Sistema Nacional de Saúde por reparar a cartilagem antes da osteoartrite progredir e haver a necessidade de uma substituição do joelho”, relatou.
O número de operações de substituição do joelho devem aumentar em cinco vezes nos próximos 15 anos. Após o teste - que termina no próximo ano - o implante pode ser oferecido rotineiramente em cerca de dois anos. "Todos os nossos resultados de laboratório têm sido bons e estamos extremamente otimistas e termos encontrado uma solução que funciona", finaliza Skaer.
Fonte: DailyMail Foto: Reprodução / DailyMail
Jornal Ciência
SEG, 29 DE JUNHO DE 2015 09:28 BRUNO RIZZATO A
SEG, 29 DE JUNHO DE 2015 09:28 BRUNO RIZZATO A
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