quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Exercício aeróbio aumenta atividade de reparo do DNA

Processos patológicos e fatores ambientais influenciam diretamente na taxa de envelhecimento. Atualmente há um crescente interesse no estudo da mitocôndria, uma organela, que tem os seus níveis diminuídos com o passar da idade e, é essencial para a saúde e para o retardo do envelhecimento. Existe uma teoria que o processo de envelhecimento ocorre devido a produção de radicais livres com a respiração celular normal, o que acarretaria e um estresse oxidativo e mais futuramente a morte.

 

Uma redução na produção de ATP (energia) mitocondrial pode contribuir para uma resistência reduzida e uma fraqueza muscular. As atividades físicas são reguladas por centros cognitivos e podem aliviar o declínio progressivo nas funções mitocondriais ocorrido pelo envelhecimento. Os exercícios aeróbico e de resistência melhoram a síntese protéica muscular e a biogênese mitocondrial.

 

O exercício de resistência tem demonstrado reduzir a produção de radicais livres mitocondriais e protegem contra a apoptose (morte celular) mediada mitocondrial. Os exercícios atenuam o estresse oxidativo e aumentam a atividade de reparo do DNA. Além de melhorar a defesa antioxidante do organismo.

 

Fonte:http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/materias/1558943-exercicio-aerobio-aumenta-atividade-de-reparo-do-dna

 

Evitar a solidão e se exercitar ajuda a viver mais e melhor

Praticar exercícios regularmente e evitar viver sozinho permite viver mais e melhor,garantem pesquisadores americanos.

"Sentir-se extremamente sozinho pode aumentar em 14% o risco de morte precoce em uma pessoa idosa. O impacto é tão nefasto quanto o fato de ser socialmente desfavorecido", diz John Cacioppo, professor de Psicologia na Universidade de Chicago, citando uma análise de vários estudos científicos publicada em 2010.

Esses trabalhos, feitos com base em uma pesquisa com 20 mil pessoas, revelam que a sensação de solidão profunda está acompanhada de perturbações do sono, hipertensão arterial, alteração do sistema imunológico e um aumento dos estados depressivos.

A decisão de muitos aposentados americanos de se mudar para a Flórida (sudeste), onde o custo de vida é mais baixo, e viver "em um clima mais benigno, mas em um meio desconhecido, não é necessariamente uma boa ideia, se isto significa se afastar das pessoas às quais se está ligado afetivamente", adverte o psicólogo, que apresentou neste domingo (16) seus trabalhos durante conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, celebrada em Chicago (Illinois).

Com frequência, a solidão é acompanhada de vida sedentária, um fator que contribui para debilitar a saúde, acrescenta.

O exercício, mesmo que seja caminhar regularmente com algum ritmo, pode diminuir pela metade os riscos de doenças cardiovasculares e de desenvolver Mal de Alzheimer.

A atividade física também detém o envelhecimento normal do cérebro em pessoas idosas, explicou à AFP durante a conferência Kirk Erickson, professor de Psicologia da Universidade de Pittsburgh (Pensilvânia, leste).

Com a idade, o cérebro diminui e a atividade física permite melhorar o funcionamento geral e aumentar o volume do hipocampo em 2%, retardando, com isso, o envelhecimento, afirma Erickson, baseando-se principalmente em um estudo feito com 120 pessoas de 65 anos ou mais.

Fonte:http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/materias/1569566-evitar-a-solidao-e-se-exercitar-ajuda-a-viver-mais-e-melhor

 

 

domingo, fevereiro 16, 2014

Idosos com artrose no joelho trocam cirurgia por exercícios físicos

Pesquisa do Iamspe reuniu 50 pacientes; 40% desistiram da cirurgia após rotina de exercícios 
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) aponta que 40% dos pacientes com quadro clínico favorável à colocação de próteses no joelho desistiram do procedimento após a realização de exercícios.
O estudo foi realizado com 50 pacientes do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), na zona sul da capital paulista. Eles apresentavam artrose e foram selecionados pela idade avançada, em que o estado clínico é, na maioria das vezes, mais grave.
Durante seis meses, os participantes tiveram exercícios prescritos de acordo com a condição de cada paciente, mas com ênfase em resistência e alongamento e respeitando o local solicitado por cada um, podendo ser uma hidroginástica, academia ou até mesmo atividades no próprio domicílio.
“A prática regular de exercícios físicos vem acompanhada de benefícios que se manifestam sob todos os aspectos do organismo”, explica Samir Salim Daher, médico do HSPE e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE).
Após o período, todos os pacientes foram reavaliados e 40% desistiram da cirurgia, alegando condições ideais para voltar à rotina. Os outros 60% relataram diminuição de dor e continuam com os exercícios.
Iamspe
O Iamspe, autarquia vinculada à Secretaria de Gestão Pública, tem hoje uma das maiores redes de atendimento em saúde para funcionários públicos do país.
Além do Hospital do Servidor Público Estadual, na capital paulista, possui 17 postos de atendimento próprios no interior, os Centros de Assistência Médico-Ambulatorial (Ceamas), e disponibiliza assistência em mais de 100 hospitais e 130 laboratórios de análises clínicas e de imagem credenciados pela instituição, além de 3.000 médicos em 200 cidades paulistas, beneficiando 1,3 milhão de pessoas em todo o Estado.

Fonte: http://www.iamspe.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1191:artrose-de-joelho&catid=50:noticias&Itemid=62

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

Intolerância à lactose

Intolerância à lactose é o nome que se dá à incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar existente no leite e seus derivados. Ela ocorre quando o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, uma enzima digestiva chamada lactase, que quebra e decompõe a lactose, ou seja, o açúcar do leite.

Como conseqüência, essa substância chega ao intestino grosso inalterada. Ali, ela se acumula e é fermentada por bactérias que fabricam ácido lático e gases, promovem maior retenção de água e o aparecimento de diarréias e cólicas.

É importante estabelecer a diferença entre alergia ao leite e intolerância à lactose. A alergia é uma reação imunológica adversa às proteínas do leite, que se manifesta após a ingestão de uma porção, por menor que seja, de leite ou derivados. A mais comum é a alergia ao leite de vaca, que pode provocar alterações no intestino, na pele e no sistema respiratório (tosse e bronquite, por exemplo).

A intolerância à lactose é um distúrbio digestivo associado à baixa ou nenhuma produção de lactase pelo intestino delgado. Os sintomas variam de acordo com a maior ou menor quantidade de leite e derivados ingeridos.

Pesquisas mostram que 70% dos brasileiros apresentam algum grau de intolerância à lactose, que pode ser leve, moderado ou grave, segundo o tipo de deficiência apresentada.

Tipos

1) Deficiência congênita – por um problema genético, a criança nasce sem condições de produzir lactase (forma rara, mas crônica);

2)     Deficiência primária – diminuição natural e progressiva na produção de lactase a partir da adolescência e até o fim da vida (forma mais comum);

3)     Deficiência secundária – a produção de lactase é afetada por doenças  intestinais, como diarréias, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, doença celíaca, ou alergia à proteína do leite, por exemplo. Nesses casos, a intolerância pode ser temporária e desaparecer com o controle da doença de base.

Sintomas

Os sintomas da intolerância à lactose se concentram no sistema digestório e melhoram com a interrupção do consumo de produtos lácteos. Eles costumam surgir minutos ou horas depois da ingestão de leitein natura, de seus derivados (queijos, manteiga, creme de leite, leite condensado, requeijão, etc.) ou de alimentos que contêm leite em sua composição (sorvetes, cremes, mingaus, pudins, bolos, etc.). Os mais característicos são distensão abdominal, cólicas, diarréia, flatulência (excesso de gases), náuseas, ardor anal e assaduras, estes dois últimos provocados pela presença de fezes mais ácidas. Crianças pequenas e bebês portadores do distúrbio, em geral, perdem peso e crescem mais lentamente.

Diagnóstico

Além da avaliação clínica, o diagnóstico da intolerância à lactose pode contar com três exames específicos: teste de intolerância à lactose, teste de hidrogênio na respiração e teste de acidez nas fezes.

O primeiro é oferecido pelo SUS gratuitamente. O paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, colhe amostras de sangue para medir os níveis de glicose, que permanecem inalterados nos portadores do distúrbio.

O segundo considera o nível de hidrogênio eliminado na expiração depois de o paciente ter ingerido doses altas de lactose e o terceiro leva em conta a análise do nível de acidez no exame de fezes.

Tratamento

A intolerância à lactose não é uma doença. É uma carência do organismo que pode ser controlada com dieta e medicamentos. No início, a proposta é suspender a ingestão de leite e derivados da dieta a fim de promover o alívio dos sintomas. Depois, esses alimentos devem ser reintroduzidos aos poucos até identificar a quantidade máxima que o organismo suporta sem manifestar sintomas adversos. Essa conduta terapêutica tem como objetivo manter a oferta de cálcio na alimentação, nutriente que, junto com a vitamina D, é indispensável para a formação de massa óssea saudável. Suplementos com lactase e leites modificados com baixo teor de lactose são úteis para manter o aporte de cálcio, quando a quantidade de leite ingerido for insuficiente.

Pessoa que desenvolveu intolerância à lactose pode levar vida absolutamente normal desde que siga a dieta adequada e evite o consumo de leite e derivados além da quantidade tolerada pelo organismo.

Recomendações

Portadores de intolerância à lactose precisam saber que:

* na medida do possível, o leite não deve ser totalmente abolido da dieta;

* é importante ler não só os rótulos dos alimentos para saber qual é a composição do produto, mas também a bula dos remédios, porque vários deles incluem lactose em sua fórmula;

* leite de soja, de arroz, de aveia não contém lactose;

* leite de vaca não entra como ingrediente do pão francês e do pão-de-ló;

* verduras de folhas verdes, como brócolis, couves, agrião, couve-flor, espinafre, assim como  feijão, ervilhas, tofu, salmão, sardinha, mariscos, amêndoas, nozes, gergelim, certos temperos (manjericão, orégano, alecrim, salsa) e ovos também funcionam como fontes de cálcio;

* comer de tudo um pouco é a melhor forma de manter o suporte de nutrientes necessários para a saúde e bem-estar do organismo.

Fonte: http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/intolerancia-a-lactose/

 

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Tai Chi é bom para aqueles com doença crônica

Antiga prática ajuda corações modernos
Para uma prática que é mais de 2.000 anos de idade, Tai Chi é surpreendentemente relevantes para muitos de nossos males mais modernos.
É muitas vezes chamado de" meditação em movimento ", disse Bill Douglas, um instrutor no Turning Point, O Centro de esperança e cura.
Depois de apenas seis semanas de participação no "Tai Chi para o coração", a pressão sanguínea de Nancy Schneider caiu em 20 por cento e ela já não precisava de um procedimento cardíaco . "Levando Tai Chi é a única coisa que eu mudei ", disse Schneider. Al Hussar, perdeu mais de 20 quilos. Baixou a pressão arterial e reduzir seus medicamentos. "Não é uma pílula mágica, mas é o tipo de medicamento que é divertido para levar", disse ele.
Sem equipamentos sofisticados, sem academia e - graças a viragem doadores Point - nenhuma taxa, Tai Chi é tão seguro e fácil como o exercício fica. Ela também queima cerca de tantas calorias como o surf ou o exercício aeróbio moderado.
Espere um minuto. Surf e aeróbica? É mesmo?
“Tai Chi nos ensina a nos mover sem esforço, então não há muito pouco impacto - mas ainda há movimento", disse Douglas, que adapta o seu ensino às condições e habilidades de seus alunos.

Fonte: http://www.kumed.com/health-resources/turning-point/tai-chi-helps-those-with-chronic-illness?utm_source=BeWell+Connection&utm_campaign=91dbf24696-bewell_0214&utm_medium=email&utm_term=0_732155158a-91dbf24696-289008657

 


terça-feira, fevereiro 11, 2014

Relação da atividade física com os radicais livres no cérebro

O cérebro é um órgão muito sensível ao estresse oxidativo principalmente devido a sua alta taxa metabólica e as grandes quantidades de cobre e ferro presentes nele. As membranas neuronais são compostas de fosfolipídios contendo ésteres de ácidos graxos insaturados sensíveis à ação dos radicais livres. Esse extresse oxidativo está intimamente ligado ao aparecimento de doenças neurodegenerativas. Na última década ficou claro que a atividade física ajuda na função cerebral e pode ter um papel importante como preventivo de doenças neurodegenerativas.

Apesar da atividade física aumentar os níveis de radicais livres, a atividade física regular é conhecida por melhorar a performance fisiológica e diminuir o risco de várias doenças. Os estudos com ratos apontam que o exercício regula seletivamente a atividade de enzimas antioxidantes em diferentes regiões cerebrais. Essa atividade antioxidante é dependente do tipo, intensidade e duração do exercício físico, assim como idade e sexo. O exercício é um potente modulador de certas neurotrofinas, exercendo assim benefícios na função cerebral.

Referências:

RADAK, Z. The complex role of physical exercise and reactive oxygen species on brain, Journal of Sport and Health Science, v.2, p.87-93, 2013.

Por Joyce Rouvier

Fonte:http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/materias/1567911-relacao-da-atividade-fisica-com-os-radicais-livres-no-cerebro


 

Atividade física e função cognitiva em idosos - Tai Chi Chuan

Equipe Nutrição & Boa Forma | Agência Estado  

O envelhecimento normal é acompanhado de alterações na estrutura e função cerebral, e associado a mudanças cognitivas. Apesar de declínios na cognição estejam atribuídos ao processo normal de envelhecimento, algumas dessas mudanças podem estar relacioadas à doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e, outros tipos de demência.

Estudos epidemiológicos demonstram que a atividade física está relacionada a um menor risco de prejuízos cognitivos e demência.

O cérebro começa a atrofiar a partir da terceira década de vida e de acordo com os estudos, regiões cerebrais vulneráveis a atrofia relacionada à idade e à doenças, têm demonstrado mudanças em sua estrutura e função em resposta à atividades aeróbicas moderadas, sugerindo que os exercícios podem melhorar a saúde cerebral e mediar melhoras na função cognitiva.  

Essa melhora ocorre através dos seguintes mecanismos: elevação dos níveis de neurotrofinas, facilitação da sinaptogênese, melhora na vascularização, mediação da inflamação e queda na deposição de proteínas desordenadas. Apesar da dosagem ótima de exercícios (intensidade e duração) e tipo ainda não está bem esclarecida, existe uma relação positiva entre uma dosagem alta de exercícios e a saúde cognitiva de idosos.  

Referências: KIRK-SANCHEZ, N.J.; MCGOUGH, E.L. Physical exercise and cognitive performance in the elderly: current perspectives, Clinical Interventions in Aging, 2014. Por Joyce Rouvier

FONTE: http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/materias/1567591-atividade-fisica-e-funcao-cognitiva-em-idosos  

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Distúrbio alimentar ameaça 77% das jovens paulistanas

Secretaria do Estado de Saúde de SP

Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde revela que 77% das jovens entrevistadas apresentam propensão a desenvolver algum tipo de distúrbio alimentar, como anorexiabulimia e compulsão por comer. Os resultados revelaram, ainda, que em relação a mitos e crenças, 85% acreditam que existe um padrão de beleza imposto pela sociedade, 46% acreditam que mulheres magras são mais felizes e ainda que 55% delas adorariam simplesmente acordar magras.

A pesquisa foi realizada por profissionais da Casa do Adolescente, unidade da Secretaria, com 150 pacientes entre 10 a 24 anos de idade atendidas no ambulatório de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do hospital estadual Pérola Byington, na capital paulista. Das jovens abordadas pela pesquisa, 39% estavam acima do peso e 63% consomem fast-food pelo menos uma vez por semana.

Nos formulários utilizados na pesquisa as questões foram divididas em quatro categorias relacionadas aos seguintes aspectos: comportamento e hábitos alimentares, imagem corporal, comunicação e mídia, mitos e crenças.

“É preocupante esta porcentagem tão alta de jovens com propensão a distúrbios alimentares. Os pais e familiares precisam ficar atentos aos sinais. Um adolescente se preocupar com a aparência é normal, mas quando isso é exagerado precisamos tomar cuidado”, diz Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente.

Todas as participantes da pesquisa são membros do grupo “Tô bem na fita!”, que aborda os problemas relacionados à alimentação, atividades físicas e qualidade de vida. O programa foi criado justamente para que os profissionais de saúde possam trabalhar com a prevenção de distúrbios alimentares entre as adolescentes e jovens.

Outro balanço divulgado recentemente pela  secretaria mostrou dados preocupantes:  a cada dois dias, em média, uma pessoa é internada por anorexia ou bulimia nos hospitais que atendem pelo SUS no Estado de São Paulo. Somente nos primeiros sete meses de 2013, foram 97 internações devido a esses distúrbios alimentares. já em 2012, 165 pacientes precisaram de internação e 1.220 pacientes fizeram tratamento ambulatorial no estado contra os dois distúrbios.

Fonte:http://drauziovarella.com.br

Água com quiabo não cura diabetes

A SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) emitiu um alerta sobre uma suposta cura para o diabetes, doença que, somente no Brasil, mata quatro vezes mais que a Aids. A entidade declarou que vê com grande preocupação e grande potencial maléfico a divulgação por grandes veículos de comunicação de formas “alternativas” de tratamento sem qualquer base científica.

A preocupação surgiu depois que um grupo de estudantes ganhou visibilidade com um experimento que seria uma alternativa natural ao tratamento convencional de diabetes. Exibida em um programa de televisão, a invenção promete ajudar na diminuição dos níveis glicêmicos com apenas uma mistura de quiabo com água. Por conta da iniciativa, os adolescentes levaram um prêmio de R$ 30 mil.

A repercussão preocupante veio em seguida. Mesmo com o apresentador ressaltando que a experiência era apenas um começo e não havia evidências científicas por trás da pesquisa, começou a circular na internet postagens afirmando que as medicações para controlar o diabetes podiam ser substituídas pela água com quiabo. Em uma página do Facebook , foi compartilhada mais de 300 mil vezes a receita de como fazer o “medicamento”:  ”corte as pontas e o fundo de dois quiabos, coloque em um copo com água e deixe dormir, no outro dia retire os quiabos e tome a água. Diabete vai sumir e suas injeções nunca mais…Tudo foi Deus…Quem criou [sic]. Testado em seres humanos, os resultados, segundo o Caldeirão, foram, assim, milagrosos! Uma voluntária disse que a glicemia baixou de 300 para 150. Outro, que caiu de 195 para 94 (…)”.

O trabalho dos estudantes derivou de uma pesquisa recente da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) segundo a qual uma população de camundongos foi alimentada, por um determinado período, com farinha de quiabo. Nesse intervalo, observou-se uma melhora dos níveis de glicemia destes animais. Desde 2012, os jovens começaram a pesquisar os efeitos do vegetal no organismo e com ajuda da professora de química adaptaram a farinha do quiabo pela baba do alimento misturada com água.

Eles conseguiram oito voluntários para participar da pesquisa e acompanharam o processo de perto por mais de três meses. Os indivíduos tinham que medir a glicemia todos os dias e fazer exames laboratoriais a cada mês. O resultado foi que os índices glicêmicos de todos os participantes diminuíram,  mas nenhum deles deixou de tomar remédio enquanto participava do teste.

O médico Walter Minicucci, presidente da SBD,  apesar de aprovar a iniciativa dos estudantes mineiros em prol da população diabética, esclarece que não é possível largar os medicamentos e a insulina por água e quiabo. “É elogiável o esforço dos meninos e da professora, mas do ponto de vista de experiência científica ainda falta muita coisa. Nós ficamos preocupados com a repercussão, por isso não dá para sair dizendo para as pessoas que tomando isso elas estarão curadas. É preciso comparar, fazer testes com uma amostragem maior. Por mais que apareçam indivíduos dizendo que os níveis diminuíram, tem aquela história na medicina chamada efeito placebo. Para se chegar a uma conclusão, são necessários inúmeros testes e que durem anos”, explica.

Há um motivo para esse vegetal em específico ter aparecido como uma opção de tratamento. É preciso lembrar que o quiabo é um alimento com alto teor fibras. “Uma dieta rica em fibras diminui a absorção de carboidratos, assim os níveis glicêmicos sobem menos. Além disso, ingerir fibras dá aquela sensação de saciedade, logo, você não fica com tanta fome”, afirma o especialista. Por volta de 2006, segundo o endocrinologista, foi a  batata yakon que ganhou a fama de benéfica aos diabéticos pelo mesmo motivo.

Mesmo com tais benefícios, ele ressalta que não dá para substituir a medicação somente por essa dieta. “Se a pessoa quiser usar, aparentemente não há nenhum efeito nocivo, mas por favor, não deixe de usar os medicamentos e faça a medição da glicemia regularmente. O que realmente dá resultado é uma alimentação balanceada, perder peso e fazer algum exercício físico três vezes por semana”.

Fonte:http://drauziovarella.com.br/diabetes/agua-com-quiabo-nao-cura-diabetes/

Por Juliana Conte

 

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